Estatística no recrutamento e seleção: ela é eficaz?

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A estatística é um ramo de conhecimento formado por um conjunto de métodos matemáticos que ajudam as pessoas a tomar decisões. E a “parceria” entre psicologia e estatística não é nova. No fim do século XIX, já os primeiros pesquisadores interessados em conhecer os processos psicofísicos das pessoas começaram a fazer uso de procedimentos estatísticos para atribuir validade científica aos seus achados.

No início do século, as sociedades urbanas, industriais e democráticas começavam a se consolidar e, por conta desses novos conceitos sociais, tornou-se imperativo tomar decisões sobre pessoas de forma justa e considerando suas características pessoais em diversas áreas, tais como nos contextos laboral, educacional e da saúde.

A partir desse avanço inicial, as avaliações psicológicas, laborais e educacionais se desenvolveram com a contribuição e o refinamento das análises estatísticas.

Ao trazer a estatística para dentro da psicologia, é necessário lembrar que geralmente se falará sobre pessoas. A esse respeito, é importante entender que a estatística, sendo um conjunto de métodos, vai informar sobre os dados que estiverem disponíveis, seja qual for a fonte da coleta.

Em exames médicos, por exemplo, a estatística ajuda os médicos a entender a condição de saúde do examinado a partir de uma amostra de alguma substância biológica, como o sangue. Na psicologia, os dados dizem respeito a comportamentos coletados de uma parte da população.

Essa noção é primordial para a compreensão de que dificilmente será possível para um pesquisador fazer uma coleta de dados com toda uma população e, por isso, seleciona-se uma amostra representativa desta população para a realização da pesquisa. É claro que, quanto menos aleatória for a seleção da amostra, maior a possibilidade de tendenciosidade dos dados. As informações são relativas apenas àquela pequena amostra, e o pesquisador não poderá generalizar os dados.

Utilizar a estatística em relação a aspectos comportamentais procura descrever e resumir dados provindos de observações de comportamento, que podem ser feitas de diferentes formas: como testes, questionários, entrevistas, jogos, etc.

Assim, as pesquisas usam números para demonstrar seus achados, e espera-se que um profissional esteja por dentro do conhecimento atual para fazer inferências sobre os números dentro da sua área. Se você não gosta de números porque prefere atuar diretamente com as pessoas, deve compreender que o conhecimento das técnicas estatísticas poderá fazer com que sua interpretação a respeito das pessoas possa apresentar-se de uma maneira ainda mais qualificada e eficaz.

Mas, quando se lida com muita gente, existem pessoas que fogem à regra, por isso é que reforça-se o quanto as contribuições da estatística e psicometria são importantes para ambas as ciências.

É preciso relacionar os dados e resultados às pessoas, que não se comportam apenas como os números. Por isso, sempre será necessário atribuir um significado para os números encontrados, uma interpretação.

Portanto, em qualquer ciência e ramo de atividade, um instrumento é apenas um instrumento e a qualidade de seu uso depende intensamente do conhecimento e grau de competência do utilizador.

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Ivan Rabelo
Especialista em avaliação