Oralidade em sala de aula: como estimular a proficiência do aluno?

Avaliação de oralidade

A situação é bastante conhecida de todo professor: basta solicitar à sala uma série de apresentações orais ou seminários para que fique nítido o despreparo de crianças e jovens para essas ocasiões.

O problema é notório, mas, como lidar com ele? Simplesmente esperar do aluno uma performance adequada por considerar que a fala está incorporada à rotina do usuário da língua não é suficiente.

É de fato necessário que a escola assuma a responsabilidade de desenvolver no aluno, desde as séries iniciais, as habilidades que lhe garantirão fluência em situações que exigem a interação oral, da mesma forma como sempre considerou importante desenvolver as competências relacionadas à comunicação escrita. Assim, se a rotina escolar dedica todo um planejamento de atividades para a prática da escrita, por que não inserir em seu cronograma atividades regulares que possibilitem ao aluno apreender verdadeiramente aquilo que até hoje, muitas vezes, espera-se que seja conduzido por mera intuição?

Para tanto, os estudos dedicados ao tema destacam a importância de

  • realizar regularmente atividades que propiciem condições espontâneas de prática da oralidade (contações de histórias, recontos, conversas em grupos, entrevistas etc);
  • filmar a performance para, junto com os alunos, observar aspectos que precisam ser revisitados;
  • conduzir a reflexão do aluno para que ele perceba o que precisa ser melhorado em sua performance, tanto no que se refere, principalmente, ao material verbal (a fala em si), ao material não verbal (postura, gesticulação, comunicação visual) e ao contexto (adequação à situação de comunicação).

Estratégias como essas, quando incorporadas ao cotidiano da sala de aula, tendem a facilitar o desenvolvimento, no aluno, da percepção de que a comunicação oral, tão necessária em todas as esferas da integração social, exige o aprimoramento de competências. Interagir pela fala é interagir de forma adequada a uma dada situação formal ou informal, com falantes em uma dada posição hierárquica, equivalente ou não; é saber se expressar com segurança e com a variante linguística adequada à ocasião; é saber se comunicar, também de modo adequado por meio de gestos e olhar; bem como saber ouvir, pedir ou ceder o turno da fala, sem que todos esses procedimentos criem ruídos ou levem o interlocutor a desistir da interação.

Sendo uma prática que deve ser incorporada entre as demais tarefas escolares, a oralidade pede não só o planejamento de atividades sistemáticas, mas também um acompanhamento que possibilite verificar o desenvolvimento da proficiência das habilidades nos alunos. E aí surge a importância da avaliação de oralidade. 

 

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Eneida Castro
Especialista em avaliação

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